terça-feira, 15 de dezembro de 2009

"Triste, muito triste"


Quando precisamos de um trabalho para sobreviver normalmente fazemos os possíveis para o conservar, muitas vezes nem sequer é aquilo que gostamos, outras sabemos perfeitamente que renderíamos muito mais numa outra área qualquer, mas acomodamo-nos às evidências e por ali continuamos.
Passam os anos e por ali continuamos, amuados e conscientes que não estamos felizes nem somos produtivos, não raras vezes temos uma vontade mórbida de arredar, mandar às favas a estabilidade, partir para outra, quando nestas alturas complicadas em que estamos como o burro em cima da ponte só precisamos de um pequeno encosto, para tomarmos a decisão.
Bem sei que em algumas ocasiões estas decisões são devastadoras para o resto das nossas vidas, mas sempre ouvi afirmar com muita convicção que quem não arrisca não petisca, nunca saberemos o que poderia ter sido se…
Normalmente quando ficamos paramos no tempo, perdemos o espírito de aventura, começamos a fazer parte da mobília e claro quando assim acontece as pessoas começam a calcar-nos os calos, umas vezes por vingança pura, outras porque sabem que já não iremos ripostar, pois já estamos acomodados às evidências.
É nestas alturas que damos conta da asneira que cometemos por não arriscarmos na devida altura, e muitas vezes vemos entrar pela porta principal outros actores que no fundo não sabem nem o seu papel nem conhecem o guião nem são capazes de distinguir quando devem actuar ou deixar que seja o duplo a entrar em cena.
Normalmente não há nada a fazer pois este tipo de pessoas è capaz de todo para manter o seu papel, alguém se deixará corromper, se não for o cineasta será o investidor se não for este será outro qualquer, interessa é que o papel seja seu custe o que custar, fique prejudicado quem ficar, venda ou não o filme, nada é tão importante como a vá glória.
Lidar com este tipo de gente é brutal, sorrir para estes reles mafiosos é arrasador para qualquer mortal com alguma dignidade, mas o pior é quando estes filhos da mãe nos estendem a mão com um sorriso sarcástico quando lhes fica bem normalmente perante os seus superiores, ou grupo de camaradas, numa clara alusão á boa camaradagem.
Todo isto, um indevido tem que suportar para manter um posto de trabalho, pouca sorte, ver os louros na cabeça do mafioso, será que as pessoas não vêm, ou não querem admitir que fizeram asneira quando lhe escancararam a porta de entrada.

1 comentário:

  1. Pois é amigo Francisco Sá Braga ....
    Viver não custa ... custa é saber viver!
    Será que não está na altura de mostrar ao vilão que "aquele" não é o filme dele?
    Ou então, perguntar directamente ao argumentista se tem consciencia que o filme está a ser feito pelo duplo e não pelo vilão?
    Não valerá a pena perguntar ao investidor se os filmes que o duplo já fez no passado não são uma prova da sua qualidade?
    Não está na altura de dizer - BASTA!

    Muitas das vezes é necessário uma pedrada no charco para que as aguas tornem a ficar limpidas e os parasitas abandonem o lago!

    Um grande abraço,

    RC

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