domingo, 6 de dezembro de 2009

INVERNO!

Chegou o tempo frio e húmido, alguns apelidam esta fase do ano de “ Inverno” porque será que as pessoas não gostam desta época? Afinal esta é a época das celebrações Natalícias, das compras, tão do agrado do sector feminino desta sociedade em que estamos incorporados, do décimo terceiro, (este só não agrada ás entidades patronais) e das reuniões familiares ou de grupos de amigos.
É verdade que com frio e humidade o trabalho não rende as pessoas parecem esconder-se de todo e de todos, no entanto há também pontos positivos nesta época.
Dedicamos um pouco mais de tempo á família aos amigos e temos tempo para reflectir em quem está connosco, para o bem e para o mal.
Toda esta lengalenga para relembrar coisas positivas que se podem fazer nesta época do ano, uma ou duas visitas á serra de Estrela é da praxe, pois o risco de estas visitas não serem muito bem sucedidas é enorme, ou e a falta de neve ou então não se consegue passar além da Lagoa Comprida, quando as coisas correm de feição lá se consegue praticar umas horas de “sku” sim não é engano é mesmo isto que somos capazes de praticar.
Quando os corpos já não aguentam mais caminhadas neve ou gelo acima (descer é fácil e prático) já se começa a pensar em aconchegar os estômagos, Perusinho , vem quase sempre como primeira opção mas há mais, ainda que não com tanta fartura e diversidade como nesta aldeia.
No entanto o meu itinerário favorito de Inverno è Montesinho, com sorte também se encontra neve, mas não è esta que nos leva a fazer duzentos e cinquenta quilómetros para cada lado, aqui è o calor da amizade que fala mais alto, quando se define um fim-de-semana em Montesinho a semana parece correr mais lenta nunca mais chega a sexta-feira, chegada esta ao fim da tarde há que seguir o mais rápido em direcção a Bragança, duas três horas de viagem isto em conformidade com o nevoeiro quase sempre presente nestas viagens.
Quando finalmente chegamos a Montesinho já a família “Gaio” tem as coisas organizadas, a fogueira bem ateada e um cheirinho a linguiça grelhada, é para isto que servem os amigos (sim amigos estes são-no em toda alinha) é por estas companhias que vale a pena comer tantos km. Num só fim-de-semana.
Um cabrito montanhês na brasa ou uma cabidela no pote são sem dúvida outros argumentos de grande valia, claro regados por um Mateus ou Vidigueira. A miudagem extravasa contentamento, é normal afinal não estão assim tantas vezes juntos, de seguida a tradicional visita à tasca do Sr. Isaías os tradicionais “chupitos” relegam para segundo plano o frio que sempre se faz sentir nesta zona do País.
De regresso ao aconchego de lareira, há que colocar as conversas em dia madrugada dentro, aproveitar para verificar o fundo a mais uma ou duas Mateus, até que o cansaço e o sono levam a melhor.
De manhã não muito cedo, é tempo de sair para a Serra, sempre há novidades para descobrir, com sorte avistamos ao longe uma família de javalis ou uma corsa, aves de rapina são sempre muitas e bem visíveis se a opção for caminhar pelos vários itinerários existentes nestas paragens.
O almoço na aldeia de França ou então no restaurante “o javali” bem carinho é verdade mas com muita pinta, em alternativa um churrasco de vitela em Vinhais, o regresso tem que ser rápido, a noite chega depressa nestas paragens, é preciso voltar a atear a fogueira, com achas de carvalho ou raízes de urze, para mais uma agradável noite de conversa e para degustar uns salpicões e alheiras, esta já tem que ser uma noite mais comedida a nível dos líquidos pois a hora do regresso já preocupa um pouco é agora uma boa hora para conversas mais calmas, próprias de “bons amigos” e quanto eu os preservo.
Manhã bem cedo desta vez, voltar á serra agora em jeito de despedida se a chuva deixar pois o frio ou neve não nos impede de caminhar e admirar a paisagem, já de si denominada de protegida “montesinho” terra de encantos em que a vida se desenrola mais devagar, com mais calma ainda cá estamos e já sentimos saudade já só pensamos num regresso para mais um fim-de-semana.
Horas de regresso, as despedidas do Sr. Isaías e do guarda-florestal se ainda estiver sóbrio, com um aviso tenham calma na estrada, coisa que temos o hábito de cumprir á risca, a família “Gaio” fica a Maio do caminho na capital transmontana mas nós temos que seguir, as despedidas nunca são agradáveis mas o Inverno é longo logo voltaremos, sem dúvida.

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