sábado, 1 de outubro de 2011

"Tambem eu sou Famalicense."

Terra de contrastes.



Quando se apresenta com pompa e circunstancia o parque da cidade no Canal “PORTO” quando se anuncia com o mesmo à-vontade que se vai entregar cheques de cinco mil euros a famílias carenciadas para reabilitação de habitações só podemos aplaudir.



Todo isto faria sentido se o resto estivesse já construído, se a educação fosse gratuita como refere a constituição Portuguesa.



Infelizmente não é bem assim, nem temos a tal educação gratuita nem muitos outros problemas resolvidos.



Comecemos pela educação, sabemos que é obrigatório os adolescentes completarem o decimo segundo ano escolar, é um direito ou um dever, depende do ponto de vista e das posses de cada um, isto porque não me parece fácil uma família despender de quatrocentos/quinhentos € no final do Verão, depois vem o dilema do passe dos alunos que não vivem propriamente no centro da cidade, uma média de vinte € mensais, a juntar à alimentação, material desportivo …



De seguida começo a dar conta que este é um ano especialmente seco, e como vivemos num vale “vale do Guisando” à parte começamos a ter problemas com a falta de água as fontes estão em vias de secar, as poucas que restam apresentam duvidas quanto á qualidade da água.



A juntar a este dilema temos a falta de saneamento básico e claro esta falta tem muita influência na qualidade da pouca água existente.



Parece um paradoxo, mas é esta a nossa realidade um parque de lazer na cidade e uma meia dúzia de freguesias em pleno século “XXI” sem saneamento básico…



Se não estivesse já habituado a esta triste realidade, se alguém me contasse que este vale fantasma estava situado num longínquo interior ainda dava algum benefício de dúvida, no entanto a triste realidade é que este vale está a cerca de vinte “míseros” Km do Atlântico que podem ser percorridos em cerca de dez minutos. (O interior no litoral)



Outro estranho paradoxo é o seguinte, no vizinho conselho de Braga existe uma empresa de transportes urbanos denominada de “TUB” esta percorre o conselho até ao seu limite, ou seja até à fronteira do nosso vale, do lado de V.N. Famalicão também existe uma empresa de transportes urbanos que tem como nome”TUF” só que esta ao contrário de sua congénere de Braga fica a meio do percurso, esquecendo-se precisamente do tal vale maldito.



Será que os habitantes deste vale não pagam impostos? Não estarão proscritos por alguma razão desconhecida! Não haverá por parte da Câmara Municipal a intenção de levar toda esta gente para a cidade para depois ter argumentos para ajudar no arranjo das suas habitações, ou quem sabe pretende construir mais um bairro social onde seja fácil controlar estes proscritos, para de seguida os levar a passear no novo parque da cidade…



Se há dinheiro para gastar força, no entanto era preferível começar pelo essencial.

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