sexta-feira, 28 de outubro de 2011

"A REDE"

Bom, hora de reflectir.



Afinal quando falamos de diferenças de que deveremos falar?



Do passado, do presente ou do futuro?



Todos estes itens têm algo em comum, pelo menos quando falamos de "nós" Portugueses, na verdade sempre fomos sempre um povo demasiado pacífico, demasiado parado, pouco activo para as anormalidades que nos vêem acontecendo, não é que este povo não mereça, este povo foi prevenido, este povo tem o que realmente pediu, este povo merece.



Todos nós vivemos este dilema, um dilema muito complicado, um dia após o outro, uma semana após a outra, um mês após outro, quem sabe um ano… ou uma década.



Este dilema tem algo a ver com toda esta população, uma população que se afirma esclarecida, desordenada e sem preconceitos, que devaneia ao primeiro arrufo.



Nós, essa sociedade que vive entre linhas, linhas, pouco consistentes para a nossa condição social, para as poucas oportunidades que vimos a ter.Estas linhas têm a ver com muitas situações com que nos deparamos diariamente;



Todos reparamos em factos que nos saltam à vista, exemplos não nos faltam, ele é o cachorro que vive entre colos e sofás e só porque os seus donos têm que sair de férias acaba na rua, (outro dado bem caraterístico é o facto de crescerem mais que aquilo que estavam programados, quantas vezes estes animais não são ofertas de Natal/ anos)



Poderemos reflectir numa outra linha, que pode ser uma floresta meia consumida pelo fogo alguma vez já repararam na paisagem de um e de outro lado, ou então quando saímos de casa na nossa viatura, paga com muito suor e lágrimas, e um pequeno contratempo de um momento para o outro a transforma em sucata.



Poderemos pensar mais alto, podemos ver com um pouco de atenção nas pessoas que vivem razoavelmente bem e de um momento para o outro perdem tudo, se reparar-mos o que acontece a uma família de pescadores que perde o elemento principal no mar, se olharmos com atenção há nossa volta damos conta que a vida não è aquilo que nós programamos, acaba sempre por conter factos bem distintos aquilo que nos vai na alma, ou havíamos programado.



Nesta altura do campeonato não temos muitas alternativas, demos uma maioria a um simples desconhecido, este juntou um grupo de amigos e logo resolveram fazer uma farra, transformaram um país pobre mas digno num complexo campo de concentração, agora eles mandam, têm o aval do comparsa que habita em Belém, nada podemos fazer para o contrariar!



Além de que estes senhores já avisaram que têm as policias prontas para actuarem em caso de desavenças.



Não era este um país democrático, solidário e social? Era, mas já não é! (poder ao povo, uma “ova”) Solidário só se for com os reformados do Governo ou Parlamento, ganham mais estes senhores num só mês de reforma que os trabalhadores toda a sua vida, Social? Que raio de sociedade é esta que não protege os mais carentes, que retira aos que menos recebem os seus subsídios, que aumenta as taxas moderadora para valores mais altos que as consultas no privado, que obriga a pagar portagens onde não existem alternativas viáveis, que corta os abonos, que obriga as famílias a terem os seus filhos na escola até aos dezoito anos sem que tão pouco paguem os seus transportes e livros…



Tenho uma vaga impressão que estamos divididos pela tal linha que vos falei no princípio, ou seja uma linha invisível que nos mantém na tona da água mas a uma distância demasiado longa de terreno firme e seguro, sempre à mercê de uma onda que pode surgir a qualquer momento.



Muitos de nós já assistimos a um espectáculo de circo já reparamos com muita atenção nos trapezistas, demos conta dos riscos que correm, no entanto sabemos que Têm uma "rede" que os protege de uma possível queda, imaginem o que seria a sua tarefa sem a tal “rede”?



É assim que vamos viver meus caros, todos trabalhamos, todos descontamos, tínhamos uma “rede” que nos garantia um futuro minimamente razoável, estes Srs. que o povo elegeu para nos governar resolveram retirar a "rede", hoje somos uns trapezistas sem "rede", somos uns heróis, trabalhamos, descontamos os nossos impostos com a garantia de que "não" vamos ter apoio na nossa doença, ou velhice, estamos mesmo a mercê da sorte.



Os nossos descontos servem afinal para manter um numero bem apreciável de pessoas que passaram por cargos públicos (nada fizeram de assinalável) e recebem reformas vitalícias de montáveis bem altos para a nossa economia, (basta reparar os montantes máximos que se pagam em reformas por essa Europa Espanha tem como máximo três mil euros, e já agora tem o dobro do nosso salário mínimo)



Creio que vamos viver sem “rede” muito tempo, ou nos unimos e retaliamos ou viveremos oprimidos num país que se diz democrático e social.

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