Com a imposição que sofremos a
junção das freguesias é agora um facto!
Sobre este assunto todos temos
uma opinião, essa é nossa e muito dificilmente gerará consenso. Sendo assim
também eu posso ou devo expressar a minha.
As freguesias que agora se
agrupam têm algumas diferenças, no entanto também têm muito em comum, para
suavizar os conflitos o melhor é esquecermos uma ou outra quezília do passado e
debatermos as mais-valias que esta união nos pode trazer no futuro, bem sei que
as diferenças de população são abismais, Sezures rondará nesta altura os
quinhentos habitantes, Sta. Eulália terá um pouco mais que o dobro, Sta. Maria
tem um pouco mais que as duas juntas, a população do conjunto pouco
ultrapassará os três mil e quinhentos habitantes, mesmo juntas têm pouca
população, o que perante a sede do concelho representa pouca força.
Este problema da pouca população
tem vindo a agravar-se muito acentuadamente nesta ultima década, basta para
isso verificarmos que entre os censos de 2001, e 2011 perdemos cerca de vinte
por cento das crianças, e consequentemente a população envelheceu.
A este problema temos que juntar
outro não menos dramático as migrações, estas tanto nos arrastam população para
o exterior como para os grandes centros, é um facto não uma mera suposição.
(hoje a palavra saudade já não tem os mesmos
argumento que outrora teve, a nossa moeda vale tanto aqui como em qualquer
outro país comunitário, os juros hoje são iguais para residentes e emigrantes
os imóveis não apresentam perspetivas de valorização, sendo assim leva a que
não seja atraente a estes últimos mandarem para cá as suas economias, resultado
serão poucos os que um dia regressam)
Se estas teorias estiveram
razoavelmente corretas temos um problema pela frente, creches em excesso e
lares de idosos a menos.
Vamos deparar-nos com três juntas
de freguesia em estado aceitável, um posto médico em situação deplorável e
falta de espaços para diversos grupos existentes, sejam eles corais, musicais,
de juventude, desportivos (quem sabe não é desta que se reabilitam os
escuteiros) …
Descentralizar é a palavra de
ordem, uma das sedes de junta vai continuar como tal outra será posto medico
ficando a terceira para sede de agrupamentos, no entanto em cada uma delas pode
conter um pequeno guiché de atendimento da junta.
Desta maneira não haverá
problemas nem ressentimentos.
Há a meu ver um problema
complicado a resolver, normalmente apelidado de Clero, a malta mais nova nem
vai dar conta, ( frequentou a mesma escola, já nem se diferenciam por
freguesias, são camaradas, amigos ou pelo menos bem conhecidos) já a população
com mais que três décadas vão ser difíceis de contentar.
É claro como a água que este
agrupamento agora constituído não vai ter condições financeiras para manter
três Igrejas, e num futuro não muito longínquo teremos que juntar esforços e
preservar uma das três creio que aqui o bom senso vai prevalecer, o problema
será sem dúvida os cemitérios, aqui há mais complicações.
Nenhum dos cemitérios atuais tem
grande margem para crescer, logo a junção está fora de causa, um novo de raiz
com trasladação dos atuais sairia brutalmente caro, além de enfrentar a reprovação
da população que não admitiria sem luta que se remexesse nos seus ante
queridos, o mais sensato neste caso será mesmo manter os três, sabendo que a população
mais idosa gosta de velar os seus, com os três no ativo torna-se um pouco menos
complicado.
Resta um último problema, um nome
para o novo grupo, é indispensável em minha opinião que nada tenha a ver com os
nomes de cada uma das freguesias atuais, este deve ter algo em comum a todas
elas, isto para que ninguém se sinta inferiorizado, uma vez que o “guisando” é
um elemento que une as três áreas agora juntas na minha opinião e nome a
indicar seria “Vale do Guisando”.
(Nota: é só a minha opinião, vale
o que vale)