Normalmente prometer não passa de
um ato leviano, quantas vezes é feito sem pensar…
No entanto lá chega a hora da
cobrança, aí é que elas mordem, basta para isso reparar com um pouco de atenção
o sofrimento com que caminham milhares de peregrinos em direcção aos vários
santuários espalhados pelo país, Fátima é o mais usual mas muitos outros absorvem
milhares e milhares durante o ano.
Por aqui o mais usual é o Sameiro
e S. Bento da porta aberta, mas Compostela na vizinha Galiza também absorve
muita fé.
Toda esta lenga, lenga, serve
apenas para demonstrar que deveremos cumprir as promessas, eu tenho uma a cumprir
este fim-de-semana.
Não sei bem em que estava a
pensar, mas prometi que ia ao festival, “ Rock in Rio” como as promessas são
para cumprir e o dia está a aproximar-se rapidamente a confusão tem vindo a
aumentar.
Bem sei que muitos dirão qual o
problema?
É simples comprei os ingressos e
após uns minutos reparei que os ditos cujos têm um valor muito superior ao
oiro. Complicado aceitar este facto mas é real, (principalmente nos dias que
correm) depois é preciso contar com a viagem, estamos a falar de trezentos e setenta
quilómetros, não parece muito é até uma banalidade no meu dia-a-dia, mas e o
regresso?
Vamos por partes, a viagem de
ida, por volta das onze da manhã, corpos frescos, perfumados, com um aroma a
dezenas de desodorizantes, nem haverá grande problema, sessenta passageiros
calmos e bem-dispostos.
E o regresso?
É aqui que reside o problema,
serão os mesmos sessenta e tal passageiros, só que agora em vez de perfumes o
ar vai estar infectado com cheiros a suores, as roupas vão estar encharcadas e quezilentas, os
ténis, ou botas de “cano alto” vão ser retirados dos pés cansados, bem sabemos
qual é o resultado destas operações, um desastre…
Uma pessoa amiga dizia-me há uns
tempos que tenho a mania de sofrer por antecipação, talvez seja verdade, mas
desta vez, os trezentos e tais quilómetros vão ser de um sofrimento atroz.
Quando era ainda miúdo o povo
dizia algo do género, para onde vais? E um sorriso de orelha a orelha
impunha-se na resposta “para a festa” quando a pergunta era de onde vens? A resposta
era sistemática “ó, venho da festa” mas desta vez nem o olhar se levantava do
chão!
(Bom espero que
pelo menos baila a pena, é que milhares de pessoas aos saltos não são bom
prenuncio.)