Um destes dias numa qualquer
rádio Galega debatia-se a continuidade dos toiros de morte, assim como as
touradas em geral.
Lá como cá a polémica vai
continuar, se bem que eles são mais serenos a percentagem que é contra parece
ser mais pequena tal como mais comedida.
Após ouvir tantas e tão diversas
opiniões em relações aos pobres dos touros eu fiquei a pensar, e as mães deles!
Sim falo das vacas, (quatro patas
não das que o coelho quer mamar impostos) alguém já pensou no raio da vida das
vacas?
Comecemos pelo meio, é aí que
está a virtude ou não?
Quando o animal chega à idade
denominada de toira logo o sarcástico do humano começa a esfregar as mãos, umas
semanas a seguir e lá começa o martírio, em vez de as levarem como antigamente
ao barrão vem um humano a casa e faz o serviço, “nem deixam espaço ao prazer,
não se aplica a velha máxima que até os bichinhos gostam” uns meses depois
nasce a cria.
Aqui começa o pesadelo de
qualquer mãe vaca…
Se a cria é fêmea recomeça o
ciclo, se nasce macho é a história que se segue.
De uma forma ou de outra a vaca
nem vê o seu rebento de seguida sem as caricias de antigamente é-lhe sugado o
leite até à última gota diariamente, “vida de vaca.”
Quando o rebento é macho o bicho
homem trata logo de fazer uma seleção e os menos apresentáveis são logo “abicha
nados” e chegam ao talho já com o nome de vitela, se apresentam boa aparência ficam
mais uns tempos à espera de nova seleção, os menos competentes vão para o
matadouro, já apelidados com o pomposo nome de novilhos, escapam os fortes, não
para puxar charruas, “arados” ou chadeiros “carros de bois” como em tempos idos
mas para chegarem "os mais competentes" às arenas ou praças de touros.
“Vaca sofre” qual a mãe que
quereria tal vida para um filho.
Bem sei que também eu afio a
navalha por um naco de boi, por uma fatia de picanha, uma posta à Mirandesa, ou
por um custe letão do Barroso.
Mas não acham que deveriam pensar
um pouco nisto, quando tomam a vossa meia de leite pela manhã, ou quando se
empanturram com uma vitela assada, ou churrasco!
Os nossos vizinhos do lado de lá
da fronteira têm pelo menos o bom senso de não apelidar os bichos de cornudos “bois
e vacas” ternera dizem eles, são bem mais simpáticos é que os humanos fazem
todo o serviço não deixam espaço a essas desconfianças…